Compositor: Paulo Araújo
A sangue a fogo e a ferro
Jurei um dia cantar-te
Busquei segundo caderno
Mentiram-me pós-moderno
E nada em contraparte
Cai no canto traiçoeiro
E mergulhei no streaming
Sem mídia e sem dinheiro
Foi um sonho ligeiro
Tirei de campo meu time
Teu cantador de ofício
Vive a fazer malabares
Sem fim, sem meios, início
A mendigar o resquício
A suplicar teus olhares
Me aventurei no Edital
Que me sopraram ser justo
Li, etc e tal
Classifiquei festival
Não tinha ajuda de custo
Atravessei tantos mares
Já levitei, fiz furdúncio
Mas nada de me notares
Busquei em todos lugares
Qualquer reclame, anúncio
Teu cantador de ofício
Vive a fazer malabares
Sem fim, sem meios, início
A mendigar o resquício
A suplicar teus olhares
Tem cantador, imagina
Até pensou em jabá
Mas o esquema sovina
Fez muro, pôs concertina
E me mandou passear
Tem cantador sem plateia
Que nunca aceita um não
Teve uma nova ideia
Tá planejando estreia
Espelho, voz e violão